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Centro Estadual de Arte triplica número de inscritos em quatro anos

terça-feira, 1 de setembro de 2015 - 11:51 - Fotos: 

Fachada do Cearte 270x202 - Centro Estadual de Arte triplica número de inscritos em quatro anosO Centro Estadual de Artes (Cearte) inscreveu, para o semestre 2015.2, 950 pessoas nos 46 cursos das áreas de áudio visual, teatro, música, dança e artes visuais. O número foi comemorado pela gestora do órgão, Laura Moreno, que lembrou ter recebido o Cearte em 2011 com apenas 255 inscritos. “É um crescimento espetacular em quatro anos”, frisa. “A escola quer oferecer acesso ao ensino da arte cada vez mais”, garante.

Neste semestre, o Centro ofereceu 1480 vagas e teve quase todas preenchidas – muitas das pessoas inscritas se matricularam em mais de um curso, por isso a diferença entre o número de vagas e o de inscritos.

aula de Xilogravura. Professores Mauri lio Almeida e Jose  Altino 270x202 - Centro Estadual de Arte triplica número de inscritos em quatro anosSão mais de 50 professores, que trabalham inúmeras linguagens artísticas, desde dança clássica, contemporânea, urbana, de salão, orientais, expressões da cultura popular até trabalho de voz, corpo, desenho, pintura, música e cinema.

“Eu vejo o ensino da arte como uma tábua de salvação, como um caminho de vida, um mínimo que os poderes públicos podem oferecer de saída para esse caos que estamos vivendo. A arte é para que eles vislumbrem que também têm algumas coisas positivas que podem acontecer. Chegar aqui e começar a dançar, criar, fazer uma obra de teatro, uma pintura, um desenho, uma xilogravura. A vida pode ser construída positivamente de alguma maneira”, defende.

laura moreno 270x202 - Centro Estadual de Arte triplica número de inscritos em quatro anosNova identidade – No órgão desde 2011, Laura Moreno explica que o Cearte passou por toda uma transformação nos últimos anos. A partir de 2011, o Centro investiu na sua identidade visual, inclusive com a ocupação de um dos prédios do patrimônio histórico, artístico e cultural no centro da cidade, onde os alunos passaram a ter a oportunidade de conviver com a história da arte barroca paraibana – o prédio faz parte do Mosteiro de São Bento. “Isso deu uma visibilidade para a escola”, pontua, lembrando que também foi preciso começar a trabalhar a identidade pedagógica do Cearte.

Foram criados cinco programas que hoje regem o Centro: de Ensino, Extensão, Pesquisa, Administração e de Fruição. O carro chefe da Escola é o programa Ensino, de onde se desprende toda a coordenação pedagógica. No Programa Extensão, os professores, em parceria com instituições de bairros de João Pessoa, desenvolvem cursos periódicos. O programa também põe em ação projetos culturais, entre eles, o Circulandô, que dá oficinas de oito horas, numa espécie de ação cultural pelo interior do Estado, oferecendo o ensino da arte, além da exibição de curtas infantis e adultos. “Com o Circulandô, levamos no mínimo quatro e no máximo cinco oficinas das áreas que trabalhamos – artes visuais, audiovisual, dança, teatro, musica e literatura”.

Danc a Urbana Vant Vaz 270x202 - Centro Estadual de Arte triplica número de inscritos em quatro anosJá o Programa de Pesquisa nasceu da necessidade dos professores, que no Cearte são artistas docentes, em desenvolverem pesquisas e trabalhos que fossem também uma produção artística e/ou teórica.

O Programa Administrativo busca suprir o Centro com toda a parte logística para o bom funcionamento da máquina, permitindo que a escola aconteça no seu dia a dia.

Por último, o Programa Fruição faz com que o Cearte divulgue a produção artística de seus alunos, professores e de outros atores culturais do Estado. Entre os projetos do Programa Fruição está o Cine Trilhos, onde são feitas apresentações de curtas na estação de trem de João Pessoa, entre as 18h e 19h, enquanto as pessoas esperam o trem de Cabedelo ou Santa Rita.

Dentro do Fruição há ainda o Programa de Índio, realizado uma vez por mês, que tem um caráter interdisciplinar. “Normalmente o programa de índio mostra os processos. Um trabalho de um aluno de desenho que está em processo, ou de pintura, xilogravura, música. A gente faz um calendário mensal para essas vivências onde aproximamos as pessoas. Assim, cultivamos o diálogo entre as linguagens”, ressalta a gestora.

Do programa Pesquisa se desprende o Núcleo de Atenção e Estudo da Palavra, com o Sarau Poético, onde um poeta convidado lê sua produção artística diretamente aos alunos. Neste processo, é pedido para que os alunos, com as cabeças voltadas para a interdisciplinaridade, façam uma leitura na linguagem que eles estão desenvolvendo. “O poeta lê a poesia e o aluno faz uma pintura com o que aquela poesia lhe disse. O aluno pode interpretar ou fazer uma releitura. Também é uma forma dos alunos conhecerem um artista que vive da arte”, revela Laura Moreno.