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Professora da UEPB facilita acordo com a Universidade da Geórgia

quinta-feira, 23 de abril de 2009 - 16:37 - Fotos: 
Após uma visita acadêmica com duração de três meses, financiada pela Capes / Fullbright, a professora doutora Abigail Fregni Lins, integrante do quadro efetivo da Universidade Estadual da Paraíba, acaba de voltar da Universidade da Geórgia, onde permaneceu de janeiro a março deste ano como professora visitante no Departamento de Educação Matemática da instituição e única brasileira participante do projeto.

Durante esse tempo, em parceria com o professor doutor Jeremy Killpatrick, ela contribuiu em algumas disciplinas da graduação, mestrado e doutorado daquela universidade, ouvindo projetos, fazendo sugestões, mencionando bibliografias diversas, como francesas, italianas e britânicas, e provocando uma interação com os pesquisadores americanos. No entanto, ela não se deteve apenas a isto e foi além.

Em uma oportunidade, Abigail Lins apresentou um Seminário de Pesquisa sobre a UEPB e a importância da instituição dentro da sua visita acadêmica. “Achei importante trazer um quadro sobre a UEPB e mostrar onde aconteciam as atividades físicas desenvolvidas, em especial na Educação Matemática, além de apresentar algumas pesquisas que vêm sendo realizadas na área, para que os ouvintes tivessem uma idéia de como era a universidade de onde eu vinha e o que é produzido por lá”.

Com o seminário, alunos e professores da Universidade da Geórgia também tiveram a chance de entender um pouco da história da região Nordeste, as diferenças com as outras regiões brasileiras, o momento de estruturação e expansão da UEPB e todo o avanço que a instituição tem alcançado nos últimos anos.

Ela afirma que os alunos americanos se identificaram muito com todas as pesquisas mencionadas e isso abriu portas para a procura e interação com outros estudantes e docentes. “Com o seminário a coisa se consolidou mais ainda, pois eles ficaram mais seguros e à vontade, entendendo o meu local de trabalho”.

Para ela, outra vantagem foi a grande troca de experiências entre as duas universidades. “Percebi que a graduação e a pós-graduação de lá são bem integradas, o que poderia ser uma idéia a ser trazida para a Paraíba, promovendo uma integração maior no nosso Centro de Ciências e Tecnologia com mestrado, licenciatura, iniciação cientifica, trabalho final de curso, entre outros. Isso só tem a valorizar o curso e acredito que já estamos caminhando para isso”.

Acordo internacional - Para que fosse possível a concretização dos projeto, um dos requisitos necessários era o estabelecimento de um acordo internacional entre as instituições brasileira e norte americana. Com esta intenção, previamente, ao partir de Campina Grande, a professora Abigail Lins levou consigo um documento, com o objetivo de conversar com os diretores da Universidade da Geórgia e estabelecer um acordo internacional entre ela e a UEPB.

Agora as portas estão abertas para as duas instituições. É importante lembrar que a Universidade da Geórgia já possui acordos firmados com cerca de oito universidades federais brasileiras, sendo a UEPB a primeira estadual a firmar este tipo de convênio.

“O pontapé inicial saiu do departamento de Educação Matemática, onde eu estava em visita acadêmica, o que facilitou o andamento dos papéis e o acordo pôde ser aprovado. Isso não aconteceria imediatamente se não houvesse todo um entrosamento, porque nenhum pesquisador americano estaria confiante se eu chegasse sem explicações para esta parceria”, lembra a professora, que já comemora o êxito dessa parceria.

Projetos – Atualmente, Abigail Lins está preparando uma apresentação que, segundo ela, será intitulada “Visita acadêmica à Universidade da Geórgia: uma experiência de aprendizagem”, na qual relatará tudo de mais importante que conheceu como docente nos Estados Unidos.

Além disso, a parceria com o professor Killpatrick, que já figura como colaborador internacional do Grupo de Investigação e Técnicas em Educação matemática (GIPTEM), da UEPB, facilitou o encaminhamento de alguns projetos da dupla. Após identificar problemas em comum, os dois decidiram fazer um projeto que envolvesse os departamento da UEPB e da Universidade da Geórgia, proporcionando um impacto grande e imediato.

Eles perceberam que nos EUA são destinados seis meses de estágio supervisionado no fim do curso, enquanto no Brasil, atualmente, os estudantes contam com dois anos desse mesmo estágio. O que diferencia é que, enquanto um tem um período muito curto, o outro ainda não sabe bem o que fazer com tanto tempo disponível.

“Em nossas conversas, percebemos que nos dois países, no final da licenciatura, o estágio supervisionado não prepara tão bem o futuro professor como profissional. O formando em matemática sai da graduação com uma excelente teoria, mas ingressa na sala de aula como docente meio perdido. Resolvemos então trabalhar com esse projeto, pois pode contribuir muito com o momento atual”.

A idéia é trabalhar em conjunto a ponta final da licenciatura, para que se possa deixar o aluno mais preparado para a profissão e, em breve, poder estender a pesquisa para outras universidades paraibanas, como a UFCG e a UFPB.

O projeto é desenvolvido em parceria com outros integrantes da Universidade da Geórgia, como Denise Mewlborn, chefe de departamento; Patrícia Wilson, docente do doutorado; e John Olive, coordenador dos programas de pós-graduação.

“A vantagem é que o processo acontece de maneira muito transparente, democrática e num pé de igualdade, sem hierarquia entre pesquisadores americanos e brasileiros”, afirma a professora.