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Maternidade Frei Damião será a primeira unidade da capital a ser reestruturada pela saúde

sexta-feira, 17 de abril de 2009 - 14:34 - Fotos: 

Dentro de 45 dias a Maternidade Frei Damião ganhará três importantes setores para a saúde das mulheres gestantes e os futuros bebês da Paraíba. O projeto de reestruturação e adequação da unidade inclui a abertura do setor de medicina materno-fetal, construção de uma UTI materna e um berçário intermediário (para cuidados semi-intensivos). O funcionamento dos novos setores faz parte da iniciativa do governador José Maranhão em melhorar a rede de hospitais públicos da Paraíba.
 
O secretário estadual de Saúde, José Maria de França já determinou a compra dos equipamentos para que a maternidade ganhe esse incremento em sua infra-estrutura, a fim de atender não só as pessoas da Grande João Pessoa, mas também àquelas que residem em outros municípios da Paraíba, tão logo seja comprovada a necessidade pelos serviços.

O diretor Técnico da unidade, Eduardo Borges da Fonseca, informou que o setor de medicina materno-fetal prevê a adequação de duas salas onde funcionarão dois ambulatórios, respectivamente. O funcionamento será realizado nos três turnos para atendimento de mulheres com o pré-natal de baixo risco e o outro àquelas de alto risco, acometidas de anemia falciforme, hipertensão arterial e gestação gemela.
 
O ambulatório de baixo risco terá a capacidade operacional de atender 86 mulheres por semana, já o de alto risco atenderá entre 16 a 32 grávidas.  O novo setor mateno-fetal ainda ganhará uma sala para ultrassonografia e vitalidade fetal a fim de avaliar o bem-estar do bebê a partir de exames de ultrassonografia, dopplervelocimetria (estudos da circulação fetal), perfil biofísico fetal e cardiotocografia com capacidade para 1.225 exames/mês. A nova ala, também contará com um ambulatório para prestar assistência as mulheres vítimas de violência sexual e doméstica que antes não tinha um setor adequado para o atendimento.
 
Qualidade de vida – Eduardo Fonseca declarou que a unidade cresceu em serviço nos últimos anos, mas não conseguiu melhorar a sua infra-estrutura. “Se conseguirmos melhorar o atendimento, com a oferta de novos serviços, conseqüentemente colaboraremos no nível de qualidade de vida do público alvo da maternidade”, lembrou.
 
Caso tivessem necessidades, as mulheres internadas faziam exames de ultrassonografia fora do hospital, onerando o serviço. Em média eram feitos 100 por mês, cujo desembolso oscilava entre 3 a 5 mil reais. Já para o atendimento de pré-natal, a Frei Damião dividia um espaço físico com o Banco de Leite Humano Anita Cabral.
 
O berçário para cuidados semi-intensivos da Frei Damião contará com 5 leitos e dará para atender de 15 a 20 bebês pré-maturos por mês. Já a UTI materna, primeiora do Estado, terá 6 leitos, sendo 1 desses para isolamento, cujo atendimento mensal está estimado em 15 a 30 mulheres por mês, considerando uma taxa de ocupação de 75 a 80%.
          
A Maternidade Frei Damião atualmente se destaca na medicina de média complexidade, e um dos principais quesitos está no suporte do atendimento aos bebês pré-maturos, cuja taxa de incidência local varia, aproximadamente, entre 3 a 5%, correspondendo a 12 bebês/mês.

Pioneirismo no uso do catéter PICC – Para comprovar isso, o exemplo vem da própria unidade, onde recentemente foi pioneira na Paraíba em utilizar um tipo de catéter, chamado de PICC (sigla inglesa que significa Central de Inserção Periférica), no bebê de Wanderléia Andrelino, que ao nascer com 26 semanas e um peso de apenas 560 gramas precisou utilizar o dispositivo para que pudesse receber medicamentos e alimentação através de uma das veias da mão, sem precisar de um método cirúrgico.
 
Segundo a pediatra da UTI neonatal,  Patrícia Lofiego, a vantagem desse tipo de catéter é que o paciente não precisa se submeter a uma cirurgia e sua permanência no corpo do bebê é de apenas 2 meses, evitando dessa forma, o risco de contrair infecções. O catéter foi introduzido no bebê com apenas 15 dias de vida. Graças a ele, atualmente o bebê está com 1.165 kg e quando atingir 1.500 kg já poderá receber alta da UTI.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a prematuridade é um dos mais importantes fatores que contribuem para a alta incidência da mortalidade infantil no Nordeste, que chega a atingir 27,2 óbitos por mil nascidos vivos.

Em recente encontro com os prefeitos do País, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que o principal desafio para ele é diminuir a incidência de mortes neonatais precoce, a partir da prevenção do nascimento pré-maturo, considerada a principal arma para reduzir a mortalidade infantil. “Nossa meta é chegar abaixo dos 14 óbitos por mil nascidos vivos. Para o Norte e Nordeste, queremos uma redução de 5% ao ano”, destacou.
 
Além destes serviços, a maternidade ainda conta com uma agência transfusional e um laboratório de análises clínicas, que na atual gestão do secretário José Maria de França passou a funcionar em caráter de 24 horas. São realizados em média por mês, 8 mil exames. Funcionam também o setor de planejamento familiar e o Programa de Assistência às Mulheres Vítimas de Violência. A unidade realiza 250 partos por mês.