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Governo promove oficina sobre tuberculose em Patos

terça-feira, 10 de abril de 2018 - 10:24 - Fotos:  Secom-PB

20180409 143703 270x202 - Governo promove oficina sobre tuberculose em PatosCoordenadores da Vigilância Epidemiológica, médicos, enfermeiros da Atenção Básica da 3ª Macrorregional de saúde, participaram nessa segunda-feira (9), no auditório do Shopping Sebrae, em Patos, da Qualificação em Tuberculose: Diagnóstico Clínico e Laboratorial, promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A discussão sobre os aspectos do diagnóstico da tuberculose reuniu um excelente público da Atenção Básica, que lida diariamente com a busca ativa e acompanhamento do tratamento dos pacientes. Patos foi incorporada à rede de teste rápido da tuberculose e torna-se referência para toda a 3ª Macrorregional de Saúde, que abrange os 48 municípios das regiões de Patos, Piancó e Princesa Isabel.

“Precisamos melhorar a qualidade das amostras para que os pacientes com suspeita da doença possam ter acesso ao diagnóstico rápido, e esse laboratório de Patos tem pactuação para a toda a 3ª Macro”, explicou Lívia Borralho, chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas da SES.

Sintomatologia, tratamento, estratégias para adesão de tratamento nos casos complexos de pessoas que estão em situação de rua, que tenham a HIV, usam álcool e outras drogas, nos presídios, e todo o processo de condução. Também mostrar como funciona a rede de tratamento da tuberculose na Paraíba, para que os profissionais saibam para onde e como encaminhar as amostrar de escarro para que resultados e tratamento sejam rápidos bloqueando a transmissão da doença e assim ter a condição de cura, nos seis meses de tratamento. Esses tópicos fizeram parte da oficina oferecida em Patos.

O indivíduo com 21 dias ou mais de tosse, que tenha ou não expectoração (catarro) deve ser atendido no PSF e a partir desse atendimento a amostra deve ser encaminhada ao laboratório de referência para que haja o diagnóstico. A demanda por esse serviço ainda é pequena, por isso, também, da preocupação da SES para estimular, explicar a metodologia, a fim de aumentar esse fluxo de busca pelo exame.

Este ano, já foram notificados 182 novos casos de tuberculose na Paraíba. Ano passado foram 1.121. Desses, 67% obtiveram cura e quase 8% desses novos casos de 2017 abandonaram o tratamento de tuberculose. Lívia alerta sobre a necessidade do paciente conduzir, com eficácia, o tratamento e este ter autonomia e entendimento sobre a importância de não interrompê-lo.

“Os tratamentos interrompidos vão gerar resistência à droga, aos antibióticos. Com essa resistência a gente vai ter dificuldade de conduzir novos tratamentos e consequentemente a cura da doença. O tratamento tem cura, porém é preciso que a Atenção Básica identifique essas pessoas que tossem há mais de 21 dias, com febre, perda de peso, sudorese noturna, que apresentam esses sintomas clássicos da doença, para que sejam realizados exames de amostras e iniciado o quanto antes a administração da medicação nos casos positivos”, acrescentou a chefe Núcleo de Doenças transmissíveis.

Dos 1.121 novos casos de tuberculose do ano passado, 31 pacientes foram a óbito e há outros 30 casos ainda sob investigação. A maioria desses óbitos está relacionada a TB-HIV, tratamentos considerados crônicos. A taxa de mortalidade por tuberculose na Paraíba está em 1,7% a cada 100 mil habitantes, menos que a média do País.

Na oficina de Patos foram convidadas também representantes das unidades prisionais, outra grande preocupação da SES, para discutir estratégias para detecção de casos, ação que deve acontecer na porta de entrada do presídio e também para adesão do tratamento, ao longo dos seis meses desse apenado, que vai viver de forma aglomerado e as outras pessoas que compartilham daquele mesmo espaço precisam ser investigadas na suspeita da doença, avaliada pela equipe de saúde prisional.

“O mais importante é investigar a tuberculose nos primeiros sete dias da chegada da pessoa no presídio. Se ela tiver a doença ao dar entrada na casa de detenção, ela não deve ser colocada junto aos outros privados de liberdade. Deve iniciar o tratamento, aguarda os 15 primeiros dias ou o exame negativo para poder ir ao convívio dos demais apenados”, acrescentou Lívia Borralho.